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True Detective – S01E06 – Haunted Houses

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True Detective

O sexto episódio de True Detective, Haunted Houses (Casas Mal-Assombradas em português), corresponde ao momento prévio ao clímax que há em toda narrativa, e, por desacelerar o suspense crescente e sufocante dos capítulos passados, resulta no menos empolgante da temporada. Mas este mal necessário – que pecado chamá-lo assim! – enfim encerra o grande flashback que vínhamos acompanhando e marca o reencontro de Rust e Martin nos dias atuais, reiniciando portanto o círculo plano de suas existências tortuosas.

Sem avançar na investigação a contendo, e você há de concordar que o criador Nic Pizzolato está mais fascinado com Rust, Martin e a dinâmica entre eles do que com a possibilidade de solucionar o caso, Haunted Houses desenterra os fantasmas do passado que atormentavam os perdidos e desesperançosos personagens da série. Assim, Hart reencontra o ministro Joel Theriot (Shea Whigham) que, após descobrir os casos de pedofilia praticadas pela fundação do pastor Billy Lee Tuttle (Jay O. Sanders), abandonou a pregação e entregou-se ao alcoolismo (“A minha vida inteira eu quis ficar perto de Deus. A única proximidade é o silêncio”, a área de expertise do cineasta Ingmar Bergman). Enquanto isso, Martin traí Maggie com Beth (Lili Simmons), a ex-prostituta que julgava ter resgatado anos antes e que retorna somente para destruir seu casamento fracassado. Que ironia.

Esses personagens são meros degraus para que Rust e Martin descendam em direção ao canto mais escuro da própria natureza, onde irão se reunir em busca da absolvição ou condenação. Entretanto, se “as ações de um homem definem seu valor”, o prognóstico não é favorável para nenhum. Martin, sem controle da família, entrega-se a truculência que ele mesmo rejeitara; por sua vez, Rust, vítima da psicótica obsessão, contradições – somente agora reparei no crucifixo afixado no cubículo onde mora – e da manipulação de Maggie, ainda instiga friamente o provável suicídio de uma acusada de assassinato. A propósito, como mencionei Maggie, Michelle Monaghan, durante alguns minutos, alcança o nível de excelência de Woody Harrelson e principalmente Matthew McConaughey ao prestar um depoimento calculado e rancoroso aos detetives Gilbough e Papania.

Contudo, é ao redor de Rust e Martin que a série gravita, e entristece descobrir em que ponto o relacionamento profissional entre eles encontra-se (jamais houve o plano pessoal). Rust, cego pelos próprios resultados obtidos nos interrogatórios, humilha Martin a ponto de torná-lo parceiro de enfeite, ignorante do fato de que esse é somente um dos motivos da desmaculinização do seu leal colega. Eis o tal círculo plano, uma cadeia de ação e consequência iniciada no instante em que Rust encontrou Dora Lange morta e que, neste episódio, resulta no encontro na alta estrada em direção ao clímax da temporada.

P.S.: Não descobri nada na internet sobre As Cartas de Telios DeLorca e o livro The Pioneer, lido por uma das pacientes do manicômio. Se vocês tiverem mais sorte, não hesitem de compartilhar com este que vos escreve.

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